Estratégias para recomposição da aprendizagem: 8 dicas para ter sucesso nessa proposta

Confira estratégias para recomposição da aprendizagem que ninguém pode perder de vista!

Olá! Que bom ter você aqui!

A recomposição da aprendizagem não é uma novidade, mas ultimamente, tem sido bastante discutida devido aos impactos da pandemia na educação.

Antes, era comum falar sobre recuperação da aprendizagem, todo mundo conhece a temida recuperação. A realidade muda e impõe novos desafios à educação escolar. Com isso, surgem novas propostas para garantir o direito de aprendizagem a todos os alunos, sem distinção.

Às vezes, ficamos confusos diante de tantos termos e nos perguntando como podemos adaptar o ensino a essas novas propostas.

Mas, a vida é assim: o mundo está em constante mudança e não podemos ficar para trás. Se olharmos pelo lado positivo, que bom que estamos aprendendo!

Se você está em busca de estratégias para recomposição da aprendizagem está no lugar certo! Veja 8 estratégias para recompor a aprendizagem de maneira efetiva.

1.    Selecionar habilidades prioritárias

A recomposição da aprendizagem tem o intuito de propiciar o que não foi desenvolvido no currículo escolar, por algum motivo. Por exemplo, devido à pandemia.

Principalmente os alunos menos favorecidos, sem acesso à internet, foram muito prejudicados durante as aulas remotas. E assim, criou-se uma grande lacuna na aprendizagem.

Sabemos que o currículo é extenso e muitas habilidades ou objetivos de aprendizagem não foram consolidadas. Diante disso, é impossível retomar tudo. Por esse motivo, é preciso selecionar habilidades prioritárias, ou seja, habilidades que são indispensáveis para o aluno continuar os estudos.

Dentro dessa estratégia de selecionar habilidades prioritárias, você pode ter outras três estratégias para recomposição da aprendizagem. Veja:

1.1.       Priorizar habilidades que permitem progressão

É uma estratégia importante na recomposição da aprendizagem, priorizar habilidades com progressão. Isto é, que são pré-requisito, uma base, para outras aprendizagens de anos posteriores.

Pois, se o aluno não desenvolveu a base necessária para progredir, a continuidade dos estudos vai ficar comprometida e ele pode encontrar dificuldades nos próximos anos. Nesse sentido, é também mais viável selecionar habilidades que são pré-requisito para desenvolver as habilidades prioritárias.

Na BNCC, a habilidade em progressão é a mesma para diversos anos de escolaridade. No caso do CRMG (Currículo Referência de Minas Gerais), alterou-se as habilidades, ano a ano, para graduar a complexidade. No CRMG é fácil identificar as habilidades com progressão, pois estas vêm acrescidas da letra P.

Por exemplo, EF12EF01P1 (progressão para o 1º ano) e EF12EF01P2 (progressão para o 2º ano).

1.2.       Priorizar habilidades inter-relacionadas

É importante considerar a relação de habilidades do ano vigente com a dos anos anteriores. Como exemplo, vamos considerar alunos que, hoje estão no 5º ano, mas não consolidaram habilidades do 3º e 4º anos.

Podemos selecionar habilidades do 3º e 4º anos que estão relacionadas e trabalhar com elas juntas para recompor a aprendizagem. Ou até mesmo relacionar com uma habilidade prevista para o 5º ano. Afinal, adequar o tempo é um grande desafio e uma atividade que envolve várias habilidades é de grande valia.

1.3.       Priorizar habilidades que tenham relevância cultural e social

Se queremos formar cidadãos preparados para os desafios da vida em sociedade e capazes de transformar o mundo, essa é uma estratégia que não podemos esquecer.

Durante o período da pandemia, os estudantes foram privados de aprendizagens que vão fazer muita falta na vida fora da escola. Recompor essas aprendizagens relevantes também deve ser uma prioridade.

Para isso, é ideal considerar as demandas da sociedade atual e ter em mente as aprendizagens essenciais para um mundo mais sustentável, com relações justas e igualitárias.

2.    Fazer uma boa avaliação diagnóstica

Dentre as estratégias para recomposição da aprendizagem, essa é a base para que as outras aconteçam.

É preciso conhecer as dificuldades e potencialidades de cada turma. A partir das habilidades prioritárias selecionadas, é necessário realizar um diagnóstico para descobrir com propriedade quais os estudantes consolidaram ou não.

Na alfabetização esse cuidado se torna ainda mais relevante. Por exemplo, em uma turma do 3º ano identificou-se a partir de um diagnóstico, que a maioria dos alunos estão no nível silábico e silábico-alfabético.

Nessa turma, faz sentido trabalhar com uma habilidade de ortografia? Não, porque essa é uma habilidade importante, mas se os alunos não têm a base para compreender, não vai fazer sentido para eles.

Sendo assim, é preciso ajudá-los, primeiramente, a compreender o sistema de escrita alfabética.

Apesar de que o professor conhece bem a sua sala de aula, é importante realizar um diagnóstico bem feito e ter indícios para monitorar a aprendizagem. Assim, é possível visualizar as dificuldades, potencialidades e avanços.

Também é imprescindível utilizar vários instrumentos para avaliar os alunos, além da prova tradicional. Para os anos iniciais, quando se trata de avaliar habilidades de leitura e escrita, a sondagem é uma ótima opção.

Se você quiser saber mais, nesse artigo você encontra um passo a passo sobre como fazer sondagem de escrita: https://pedagogiaparatransformar.com.br/como-fazer-sondagem-de-escrita/

Todas as informações sobre como fazer sondagem de leitura estão aqui, leia também: https://pedagogiaparatransformar.com.br/como-avaliar-a-leitura-na-alfabetizacao/

Aqui no blog também tem um artigo sobre intervenção pedagógica em matemática onde eu trago dicas para realizar uma sondagem de matemática. Confira aqui: https://pedagogiaparatransformar.com.br/intervencao-pedagogica-em-matematica/

Além de obter dados sobre em quais habilidades prioritárias, os alunos apresentam dificuldade ou não, a avaliação diagnóstica ajuda a definir quantas aulas serão necessárias para recompor determinada aprendizagem.

3.    Aprimorar as habilidades socioemocionais

Uma estratégia para recomposição da aprendizagem não deve considerar somente o conteúdo, mas também a dimensão socioemocional.

A pandemia e tantos outros problemas vivenciados na atualidade, trouxeram e trazem consequências sociais e emocionais. A escola deve ter um cuidado e contribuir com a saúde emocional, tanto dos alunos, quanto dos profissionais.

Realizar rodas de conversa, grupos colaborativos, árvore dos sonhos, árvore dos desejos positivos são algumas opções.

4.    Realizar agrupamentos temporários

Os agrupamentos têm sido uma estratégia muito recomendada, já que permite um ensino mais personalizado. Os alunos são agrupados de acordo com as necessidades de aprendizagem e o professor prepara atividades condizentes com o nível de cada grupo.

Pode-se utilizar os agrupamentos dentro da mesma turma ou mesmo agrupar estudantes de diferentes anos de escolaridade, mas que naquele momento têm necessidades de aprendizagem comuns.

O importante é definir um cronograma para planejar em quais horários e dias esses agrupamentos serão realizados.

5.    Considerar as especificidades da escola

Assim como nenhum aluno é igual ao outro, nenhuma escola é igual à outra. Desse modo, é também uma estratégia para recomposição da aprendizagem estudar o Projeto Político Pedagógico (PPP) e considerar as singularidades da instituição.

Isso porque a recomposição da aprendizagem só fará sentido se o trabalho estiver voltado à realidade local. Ou seja, é preciso considerar as necessidades da clientela escolar para que o caminho entre o planejamento da recomposição até a aprendizagem, seja mais viável.

6.    Investir na avaliação formativa

A avaliação diagnóstica de entrada é fundamental para iniciar o trabalho de recomposição de aprendizagem.

a avaliação formativa, permite acompanhar a aprendizagem e verificar quais habilidades e objetivos de aprendizagem estão sendo alcançados ou não durante a realização das atividades de recomposição.

A avaliação formativa pode ser realizada através de testes, atividades avaliativas, sondagens, rubricas avaliativas. A autoavaliação é um excelente instrumento, infelizmente ela é pouco utilizada. Deveria ser realizada com mais frequência.

O objetivo da avaliação não pode ser atribuir notas, mas diagnosticar as aprendizagens dos estudantes e utilizar esses dados para realizar intervenções pedagógicas assertivas.

7.    Utilizar métodos ativos de aprendizagem

Apostar nas metodologias ativas é uma estratégia para que a recomposição de aprendizagem seja uma oportunidade de reflexão, discussão e interação dos estudantes entre si e com o conhecimento.

Nessa estratégia, o professor atua como mediador e os alunos participam ativamente do próprio aprendizado.

Uma ótima alternativa é utilizar a aprendizagem baseada em problemas, uma vez que os alunos devem mobilizar diversas habilidades para solucionar o problema proposto pelo professor. É legal utilizar situações reais, pois é muito mais significativo ver a aplicabilidade do conteúdo que aprenderam na escola em situações da vida cotidiana.

8.    Selecionar materiais didáticos e atividades de acordo com as habilidades prioritárias

Primeiramente, é preciso fazer uma sequência de habilidades priorizadas e os pré-requisitos para essas habilidades em ordem de complexidade.

Depois, planejar quantas aulas serão destinadas para cada habilidade selecionada e qual vai ser o objetivo das aulas e o recurso didático utilizado.

Para a escolha de materiais didáticos deve-se levar em consideração aulas mais dinâmicas e envolventes. Hoje em dia, temos que abrir mão de rotinas engessadas. A boa escolha dos materiais é decisiva para que todo o trabalho de planejamento possa ser colocado em prática.

Conclusão

As estratégias para recomposição da aprendizagem ajudam na efetividade das ações para que a recomposição não seja apenas mais um novo termo, mas que oriente melhorias na aprendizagem escolar.

Para ter resultado na recomposição da aprendizagem, é preciso replanejar o ensino, pois o formato tradicional não é viável diante de tantas mudanças na sociedade. Também é preciso acompanhar a aprendizagem com cuidado e fazer as intervenções necessárias para que todos tenham a oportunidade de aprender.

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Até breve!

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