Plano de ação para alunos com dificuldade em matemática

Você precisa planejar um plano de ação para alunos com dificuldade em matemática, mas não sabe por onde começar? Neste post, você terá várias dicas para ter um plano de ação que realmente traga resultados.

Olá! Que bom ter você aqui!

Depois de um dia de trabalho cansativo, não é fácil encontrar o fio da meada para começar a escrever um plano de ação para alunos com dificuldade de aprendizagem.

Talvez, um plano de ação comum, bonitinho, não seja tão difícil de planejar. Mas, para ter resultados, precisamos analisar quais são as dificuldades e quais ações vão contribuir para superar essas dificuldades.

Por isso, preparei este post para te ajudar a ter um plano de ação para alunos com dificuldade em matemática que não seja apenas um papel com boas escritas.

Mas, que esteja alinhado às necessidades dos seus alunos e os ajude a avançar na aprendizagem. São 10 dicas que você pode conferir ao longo do post. Boa leitura!

Qual é o primeiro passo para planejar um plano de ação para alunos com dificuldade em matemática?

O primeiro passo é identificar qual é a dificuldade do estudante.

Costumamos dizer assim: meu aluno está com dificuldade em resolver operações básicas. Contudo, essa informação é muito ampla. 

Nesse sentido, precisamos analisar quais conhecimentos prévios que o estudante ainda não desenvolveu para identificar onde intervir. Por exemplo:

  • Ele reconhece números? Tem noção de quantidades? Usa estratégias de contagem?
  • Compreende o sistema de numeração decimal?
  • Compreende o significado das operações básicas?
  • Consegue interpretar os problemas matemáticos?

Esses são apenas alguns exemplos, pois para resolver problemas de adição, subtração, multiplicação e divisão são mobilizadas muitas habilidades.

Muitas vezes, queremos pular etapas e planejar intervenções para trabalhar o algoritmo tradicional. 

Porém, se a criança ainda não desenvolveu a base necessária, por exemplo, não reconhece quantidades, não consegue reagrupar, não compreende o que é somar, subtrair, ela ainda não tem condições de entender o funcionamento do algoritmo.

Do mesmo modo, se o aluno consegue resolver operações isoladas (arme e efetue), mas apresenta muita dificuldade em resolver situações-problemas, talvez a dificuldade esteja em compreender o enunciado.

Esses exemplos ilustram a necessidade de um olhar mais atento para identificar onde está a dificuldade. Pois, a partir disso podemos planejar uma intervenção direcionada para o que o aluno realmente precisa para superar essa dificuldade e avançar na aprendizagem.

Além disso, alguns alunos têm uma defasagem que pode ser resolvida com poucas intervenções. Outros, podem precisar de meses de apoio. Tendo essa visão ampla, você pode agrupar os alunos em níveis para facilitar seu planejamento.

Grupo de alunos realizando atividades com recursos manipuláveis de frações, para ilustrar atividades diferenciadas propostas no plano de ação para alunos com dificuldade em matemática.

Como encontrar esses dados sobre a aprendizagem dos alunos?

Para identificar as necessidades dos alunos você pode utilizar:

  • Dados da avaliação diagnóstica e formativa;
  • Dados de avaliações externas;
  • Observações feitas na sala de aula;
  • Relatórios e fichas;
  • Autoavaliação para os alunos;
  • Rubricas avaliativas;
  • Pesquisas com os próprios alunos e com os pais ou responsáveis.

Muitas vezes, ficamos focadas nas dificuldades. Entretanto, também devemos considerar os pontos fortes de cada estudante. Conhecer o que eles já sabem é tão importante quanto conhecer as dificuldades.

Depois de fazer um bom diagnóstico, você pode usar algumas estratégias para ter um plano eficiente para alunos com dificuldade em matemática. Continue a leitura para descobrir todas as dicas.

Dicas para planejar o Plano de Ação para alunos com dificuldade em matemática

Dica 1: Considere as particularidades de cada aluno

Faça uma pesquisa para saber o que os alunos mais gostam, seus hobbies e interesses. 

Por exemplo, alguns estudantes gostam muito de futebol. Assim, planejar atividades de matemática cujo tema seja futebol, pode ser uma maneira de motivá-los e de mostrar que a matemática faz parte de nossas vidas.

Outro ponto importante é saber como os alunos se sentem em relação à matemática. Grande parte dos alunos brasileiros têm o desempenho prejudicado devido à ansiedade matemática.

Nesse sentido, ouvir os estudantes é muito importante. Entender o que eles sentem e quais são seus estilos de aprendizagem.

Roda de conversa com alunos e professora para ilustrar a importância de ouvir os alunos para o bom planejamento de um plano de ação para alunos com dificuldade em matemática.

Dica 2: Defina metas SMART

Para traçar um plano de ação claro, realista e direcionado, uma sugestão é ter como base as metas SMART.

O termo SMART é um acrônimo em inglês que representa cinco critérios essenciais para definição de metas eficazes:

  • S – Specific (Específica): A meta deve ser clara e bem definida, sem espaço para a ambiguidade.
  • M – Measurable (Mensurável): É preciso estabelecer indicadores que permitam acompanhar o progresso.
  • A – Achievable (Atingível): A meta deve ser desafiadora, mas possível dentro da realidade do aluno.
  • R – Relevant (Relevante): Deve estar alinhada com as necessidades reais do aluno e com os objetivos educacionais.
  • T – Time-bound (Temporal): É necessário definir um prazo para alcançar a meta, o que ajuda a manter o foco.

Vamos considerar um aluno que apresenta dificuldade em resolver problemas de multiplicação. Em vez de definir uma meta ampla como “melhorar o desempenho em matemática”, usamos a estrutura SMART para torná-la mais precisa e eficaz:

  • Específica: Aprimorar a habilidade de resolver multiplicações simples com números naturais.
  • Mensurável: Conseguir resolver pelo menos 80% das questões de multiplicação em atividades semanais.
  • Atingível: Com base no desempenho atual de 40% de acerto, a meta representa um progresso alcançável com reforço adequado.
  • Relevante: A multiplicação é uma habilidade básica necessária para os próximos conteúdos do currículo, como divisão, frações e problemas matemáticos.
  • Temporal: Atingir esse resultado em 6 semanas, com monitoramento semanal.

Dica 3: Retome habilidades essenciais

Observe a progressão de habilidades na BNCC ou no currículo local e quando houver necessidade, retome habilidades prioritárias.

Muitas vezes, essas habilidades ainda não foram consolidadas. Mas, algumas vezes, os estudantes só precisam relembrar alguns conteúdos para compreender melhor outros mais complexos.

Dica 4: Utilize avaliações formativas

As avaliações formativas são interessantes para acompanhar a implementação do plano de ação para alunos com dificuldade em matemática.

Durante a realização das atividades, você pode acompanhar todo o processo e interferir quando necessário. Bem mais eficiente do que avaliar somente o resultado final.

Além disso, por meio da autoavaliação e rubricas para os estudantes preencherem, eles podem visualizar o próprio desenvolvimento.

Dica 5: Envolva a comunidade escolar

Sei que nas escolas, infelizmente, não há muitas trocas e parcerias. O ideal seria que um plano de ação para melhorar a aprendizagem não tivesse como único responsável, a professora ou professor regente de turma.

Pois todos podem contribuir: gestores, coordenadores, professores eventuais, professores da biblioteca e pais/responsáveis. Sendo assim, um plano de ação elaborado coletivamente, precisa incluir os nomes dos responsáveis por cada ação.

Reunião de pais, alunos e professores, para ilustrar a importância de envolver toda a comunidade escolar do plano de ação para alunos com dificuldade em matemática.

Dica 6: Considere as contribuições da ciência

Precisamos admitir que às vezes temos um certo “preconceito” com os estudos científicos, dizendo que os pesquisadores não conhecem a realidade das escolas.

Porém, diante de tantos desafios enfrentados pela educação, é preciso reconhecer que a ciência pode contribuir para a prática docente.

Especialmente com o avanço da neurociência, hoje temos muita informação sobre como o ser humano aprende. 

Na área da matemática, muitos mitos foram superados. Além disso, por meio das pesquisas, podemos ter vários insights para planejar atividades mais criativas, desafiadoras e que potencializam a aprendizagem.

Sendo assim, as estratégias de ensino baseadas em evidências científicas podem sustentar intervenções mais eficazes. Uma vez que são testadas e aprovadas.

Dica 7: Planeje intervenções para diferentes níveis de aprendizagem

Diante da heterogeneidade de uma turma, uma alternativa é planejar intervenções considerando três níveis:

  • Nível 1: Coletivo, para toda a turma.
  • Nível 2: Grupo de alunos que têm necessidades específicas.
  • Nível 3: Individual, para estudantes que precisam de um apoio individualizado.

Os agrupamentos produtivos são uma excelente estratégia para a intervenção pedagógica.

Agrupamento de alunos e professora realizando intervenções, para ilustrar uma estratégia essencial para o plano de ação para alunos com dificuldade em matemática.

Dica 8: Inclua metodologias ativas

As metodologias ativas prezam pelo protagonismo do estudante nas atividades. Alguns exemplos são:

  • Aprendizagem por pares
  • Gamificação
  • Rotação por Estações
  • Estratégias metacognitivas

Dica 9: Inclua competências socioemocionais

O cognitivo é muito importante, mas sabemos que os fatores socioemocionais também interferem no aprendizado.

Diante disso, o plano de ação para alunos com dificuldades em matemática deve considerar:

  1. Autoconfiança: acreditar na própria capacidade de aprender matemática.
  2. Autoconhecimento: Reconhecer suas emoções, seus pontos fortes e limitações.
  3. Autorregulação emocional: lidar com a frustação, ansiedade matemática e medo de errar.
  4. Persistência e resiliência: Manter-se motivado diante das dificuldades e aprender com os erros.
  5. Organização e gestão do tempo: desenvolver estratégias para estudar de forma mais eficiente e produtiva.
  6. Empatia: compreender as dificuldades dos colegas e trabalhar em grupo de forma solidária.
  7. Trabalho em equipe: colaborar em atividades matemáticas, ajudando e pedindo ajuda quando necessário. Participar de conversas numéricas e aprendizagem por pares.
  8. Comunicação assertiva: expressar dúvidas, pensamentos e suas estratégias matemáticas, com clareza e respeito.
  9. Mentalidade de crescimento: acreditar que a inteligência matemática pode ser desenvolvida com esforço e prática.

Dica 10: Reconheça os esforços dos estudantes

Para reconhecer e recompensar os esforços, você pode utilizar:

  • Certificados
  • Adesivos
  • Recadinhos de motivação
  • Lembrancinhas

Conclusão

Essas são algumas dicas para ter um bom plano de ação para alunos com dificuldade em matemática.

Sabemos que planejar e implementar um plano de ação não é um trabalho fácil. Por isso, os professores precisam do apoio da gestão, dos familiares dos alunos, enfim, de toda comunidade escolar.

O trabalho em parceria é ainda mais forte para superar tantos desafios, principalmente relacionados ao desempenho em matemática de estudantes brasileiros.

Para você, o que não pode faltar no plano de ação para alunos com dificuldade em matemática? Compartilhe sua experiência deixando um comentário!

Crédito das Imagens: Canva

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