Está faltando boas ideias para ajudar os alunos a superarem as dificuldades de aprendizagem? Veja 11 exemplos de intervenção pedagógica que vão te inspirar!
Olá! Que bom ter você aqui!
Alguns exemplos de intervenção pedagógica afastam dúvidas comuns sobre como fazer essa ação tão importante para o fortalecimento das aprendizagens.
É comum ficar em dúvida sobre como fazer um projeto de intervenção pedagógica e quais ações devemos usar. Às vezes falta aquela ideia maravilhosa, uma inspiração mesmo. Outras vezes, faltam exemplos para esclarecer o que é de fato uma intervenção pedagógica.
Eu pensava que intervenção pedagógica era algo difícil de colocar em prática e que fazer um projeto de intervenção seria muito complicado. Mas, ao ver exemplos de intervenções pedagógicas reais, simples, mas que funcionam, tudo ficou mais claro.
Aqui nesse post, você vai encontrar exemplos viáveis que vão simplificar a maneira como você compreende intervenção pedagógica.
Vamos começar? Acompanhe a seguir.
1. Aulas de revisão
Quando oferecemos aulas de revisão somente no final de um bimestre e o conteúdo é visto rapidamente, não chegamos a um resultado bom. Muitos questionam: se o aluno não aprendeu durante o bimestre ou o ano todo, como vai conseguir aprender durante uma aula?
Realmente, fica difícil. Mas a proposta que trago agora para as aulas de revisão é diferente: sugiro um plantão revisional.
É praticamente um consenso que as principais dificuldades dos estudantes estão relacionadas às habilidades de Língua Portuguesa e Matemática. Afinal, para aprender qualquer conteúdo das demais disciplinas, é preciso saber ler, escrever, compreender os enunciados, interpretar tabelas, gráficos, realizar cálculos…
Por isso, fazer um plantão revisional de Língua Portuguesa e Matemática é uma boa ideia. Agora, vamos falar do diferencial desse plantão que estou propondo.
Como fazer um plantão revisional nos anos iniciais
Nessa proposta, o plantão é feito todos os dias dentro de um período da aula regular, que você pode definir através de um cronograma. Nos anos iniciais, ele pode ser feito durante 50 minutos, por exemplo.
Antes de tudo, você deve selecionar as habilidades de anos anteriores que os alunos têm dificuldade e que comprometem a continuidade dos estudos neste ano atual.
Depois você pode fazer um cronograma e decidir quando trabalhar com cada habilidade ou com mais de uma, quando elas forem complementares. Não precisa ser uma aula à parte, pois você pode encaixá-la no planejamento diário.
Traga um problema de História, Ciências, Geografia, que precisa de uma aprendizagem de Língua Portuguesa ou Matemática para que seja resolvido. Por exemplo, fazer um glossário de palavras-chave de História ou uma lista de animais, cidades, pode ajudar na escrita alfabética.
Ou ainda analisar ou elaborar tabelas e gráficos com as informações de um conteúdo estudado vai mobilizar conhecimentos matemáticos.
Como fazer um plantão revisional nos anos finais
Para os anos finais é difícil, mas não impossível. Primeiramente, podemos escolher uma habilidade para trabalhar durante a semana. Cada professor trabalha aquela capacidade dentro da sua disciplina, relacionando com os conteúdos previstos.
Toda disciplina utiliza textos e dados matemáticos. O(a) professor(a) de Ciências, por exemplo, pode saber ótimas técnicas de compreensão em leitura que podem ajudar os alunos. A própria leitura em voz alta ou escrita compartilhada auxilia a desenvolver a leitura e escrita.
O(a) professor(a) de Educação Física pode mostrar como a Matemática está presente nos esportes e talvez tenha ótimas técnicas para fazer cálculo mental. Tudo depende da intencionalidade pedagógica.
Viu só que legal? Todos mobilizados para auxiliar na intervenção pedagógica de Língua Portuguesa e Matemática. O interessante é que cada professor tem uma maneira de ensinar e que pode “dar match” na maneira como o aluno aprende.
Além disso, é possível trabalhar com a interdisciplinaridade e mostrar aos alunos que na realidade, todas as disciplinas estão relacionadas.
2. Plantão de dúvidas
Sabe aquelas dúvidas que a gente vai acumulando? Os estudantes costumam acumular dúvidas e muitas vezes pela vergonha de perguntar e os colegas rirem. Pois bem, os alunos podem levar essas dúvidas para o plantão e contar com um atendimento individual.
Nesse exemplo de intervenção pedagógica, a maior dificuldade é ter recursos humanos para atender a todos. Mas, é possível aproveitar os horários vagos dos professores ou ainda realizar o atendimento on-line. O mais importante é definir um cronograma para organizar o plantão de dúvidas.
3. Monitoria entre alunos
Quem nunca teve um conteúdo que não compreendia de jeito nenhum, mesmo o professor repetindo várias vezes? Aliás, repetir da mesma maneira que antes, não resolve porque o problema é na compreensão e não na audição.
Então, vem um colega que compreendeu direitinho e explica da maneira dele. E como mágica, a gente aprende. Você já passou por isso?
A monitoria é um exemplo de intervenção pedagógica, bom e fácil de ser planejado. Na própria sala de aula, você pode planejar momentos para que os alunos com mais facilidade ensinem aqueles que estão com dificuldades.
Muitas vezes, um aluno tem dificuldade em uma disciplina, mas tem facilidade em outras. Assim, ele pode estar ora no lugar de quem aprende, ora no lugar de quem ensina.
A escola também pode fazer um levantamento de alunos voluntários. Dessa forma, os estudantes de séries avançadas podem oferecer a monitoria para turmas de séries iniciais.
Dizem que quem ensina, aprende duas vezes. Sendo assim, todos saem ganhando!
4. Aulas de reforço com professor(a) eventual ou professor(a) da biblioteca
Esse é um exemplo de intervenção pedagógica mais comum. Quando há um planejamento de atividades direcionadas para as necessidades dos alunos, essa ação ajuda muito na aprendizagem de quem tem dificuldades.
Isso porque o ensino é personalizado e atende às individualidades, o que é mais difícil para a professora ou professor regente de turma. Geralmente, o(a) professor(a) da biblioteca atende aos alunos dos anos finais e o(a) professor(a) eventual atende aos anos iniciais.
É fundamental utilizar atividades diversificadas nas aulas de intervenção pedagógica. Os jogos, atividades lúdicas e materiais concretos, ajudam muito na aprendizagem e fazem do reforço, uma aula instigante e divertida.
5. Gamificação
A gamificação consiste na utilização de elementos de jogos em atividades escolares. Os jogos educativos são uma boa opção para as intervenções pedagógicas, pois os alunos aprendem brincando. Se a escola quiser evitar o uso de telas, pode utilizar os jogos confeccionados de papel, de materiais reaproveitados. Também pode realizar gincanas bem divertidas.
Agora, se a proposta é fazer da tecnologia uma aliada, é interessante utilizar as plataformas de aprendizagem para fazer formulários de perguntas, desafios, etc. Os jogos digitais educativos também engajam e motivam os estudantes. Nas escolas públicas é comum ter computadores que utilizam o Linux e que têm os joguinhos instalados.
6. Agrupamentos temporários
Os agrupamentos são excelentes estratégias para focar nas demandas essenciais da aprendizagem. Hoje, temos uma grande defasagem e com a sala cheia é quase impossível atender às particularidades de cada estudante.
Contudo, também sabemos que, por mais que o ensino seja ótimo, não conseguimos fazer com que todos aprendam, nem da mesma forma, nem ao mesmo tempo.
Sendo assim, os agrupamentos são um exemplo de intervenção pedagógica que funciona bem na realidade de sala de aula. Após uma avaliação diagnóstica bem planejada, você pode mapear os níveis de aprendizagem da turma e agrupar os alunos com necessidades próximas.
Logo, na sala de aula, em alguns momentos, todos os estudantes realizam a mesma atividade. Em outros, você pode propor a mesma atividade, mas em níveis de dificuldade diferentes para cada grupo. E em outros momentos, cada grupo pode realizar atividades diferentes de acordo com o que estão precisando aprender naquele momento.
Todos os alunos podem se beneficiar com essa ação de intervenção pedagógica. Pois as atividades são direcionadas para as necessidades de cada grupo. Ninguém fará uma atividade fácil demais ou difícil demais, já que são dois fatores que desmotivam. Todos podem evoluir a partir dos conhecimentos prévios.
7. Aprendizagem baseada em problemas
A aprendizagem baseada em problemas é um tipo de metodologia ativa que pode ser usada na intervenção pedagógica. É uma metodologia que engaja os alunos e desenvolve o raciocínio, a autonomia, trabalho em grupo, entre outros benefícios.
Para aplicar, você escolhe um problema real que se relaciona com o conteúdo que já foi trabalhado. Os alunos são divididos em grupos. Primeiramente, os alunos interagem entre si para entender o problema. Podem identificar termos desconhecidos para que você os esclareça.
Após identificar qual é o problema que têm para resolver, os alunos começam a debater sobre o assunto e formular hipóteses sobre como o problema pode ser resolvido. É interessante escolher um aluno para mediar as discussões e outro para anotar as hipóteses.
A partir daí os membros do grupo vão precisar mobilizar conhecimentos para resolver o problema. Assim, você pode verificar as dificuldades de aprendizagem e intervir para que os alunos cheguem à uma resolução. Nessa fase, os alunos podem fazer estudos individuais e você pode disponibilizar alguns materiais que vão agregar.
No final, todos os alunos retornam ao grupo com os conhecimentos adquiridos e todos retomam as hipóteses iniciais e discutem qual a melhor solução para o problema que o professor apresentou.
Lembrando que o problema, bem como o produto da resolução desse problema, envolve situações hipotéticas. Ou seja, não precisa aplicar as soluções de verdade.
8. Aprendizagem baseada em projetos
A aprendizagem baseada em projetos também pode ser um exemplo de intervenção pedagógica. Ela é uma metodologia ativa mais demorada para executar do que a aprendizagem baseada em problemas.
Outra diferença é que nesta metodologia há sempre um produto final, que pode ser uma maquete, um livro de receitas, uma apresentação, uma produção audiovisual, por exemplo. Esse produto final deve ter uma aplicabilidade real, contribuir com a escola ou com a comunidade.
Dessa forma, durante a realização de um projeto há inúmeras possibilidades de intervir na aprendizagem. Imagine que os alunos estão com dificuldades em escrever convencionalmente e você propõe a produção de um livrinho de rimas.
Para chegar ao produto final, os alunos terão a oportunidade de avançar em suas hipóteses de escrita, desenvolver a consciência fonológica, ler outros livros, criar uma capa, entre outras possibilidades.
Também para construir uma maquete, por exemplo, é preciso mobilizar diversos conhecimentos que a turma pode ter dificuldade. Com uma aplicabilidade real das aprendizagens escolares é possível superar as dificuldades.
9. Sequências didáticas
Planejar sequências didáticas para a intervenção pedagógica também é uma possibilidade muito rica. Isso porque podemos realizar cada etapa da sequência em um dia da semana, sem comprometer o andamento do currículo atual.
Pois, o principal desafio é esse: prosseguir com o currículo e, ao mesmo tempo, retomar habilidades não consolidadas.
Nesse sentido, esse também é um exemplo de intervenção pedagógica, sendo que tudo depende da intencionalidade pedagógica e das aprendizagens que se deseja alcançar. As sequências didáticas são um conjunto de atividades, articuladas, e que são planejadas para ensinar um conteúdo, etapa por etapa.
O legal é que você pode organizar a intervenção pedagógica de forma gradual. Comece com níveis de saberes que os alunos já dominam e vá aumentando a complexidade para chegar aos níveis mais avançados.
10. Atividades permanentes
As atividades permanentes são propostas com regularidade e podem ser um exemplo de intervenção pedagógica.
Você pode realizar a mesma atividade, com frequência, por exemplo, diária, semanal, quinzenalmente. Essas situações didáticas podem ser utilizadas para construir procedimentos, hábitos e atitudes.
Vamos falar de exemplos práticos. Você pode realizar uma roda de leitura todos os dias ou fazer a palavra do dia (analisando quantidade de letras, sílabas, fonemas). Ou ainda realizar jogos matemáticos toda semana, rodas de conversa… Enfim, de acordo com as dificuldades diagnosticadas, você planeja atividades com regularidade.
11. Oficinas
Que tal reservar um dia do mês ou utilizar os sábados letivos para realizar oficinas de intervenção pedagógica?
O(a) coordenador(a) pedagógico(a) pode organizar as oficinas e envolver toda a escola. Cada mesa pode contar com uma oficina diferente e os alunos vão passando por elas, em grupos. Esse é um dos exemplos de intervenção pedagógica capaz de mobilizar toda a comunidade escolar.
Uma vez que as oficinas priorizam “o aprender fazendo”, elas podem engajar os alunos, mostrar como os conteúdos que aprendem na escola são úteis na vida cotidiana.
Podemos fazer oficinas de contação de histórias, desenho, maquete, culinária, redação, confecção de jogos, robótica, artesanato, jogos matemáticos… Os alunos vão adorar e ao mesmo tempo, desenvolver a aprendizagem.
Conclusão
Em suma, todos esses exemplos de intervenção pedagógica mostram que é possível utilizar diversas ações e metodologias para ajudar os alunos que estão passando por alguma dificuldade na aprendizagem.
É importante inovar, buscar aulas mais instigantes e dinâmicas para lidar também com a desmotivação que a dificuldade de aprendizagem pode trazer.
Enfim, não existe o correto, uma metodologia única para todas as intervenções. O fundamental é adaptar de acordo com o contexto, com os diagnósticos obtidos através de sondagens, avaliações internas e externas, observações em sala de aula.
Sempre que a equipe escolar perceber a necessidade de interferir no processo de ensino aprendizagem para alcançar melhores resultados, é hora de realizar a intervenção pedagógica que mais se adequa às necessidades da turma ou grupo de alunos.
Como você pode perceber existem muitas possibilidades e exemplos de intervenção pedagógica, o que não pode é deixar nenhum aluno para trás, acumulando dificuldades. Para saber mais, leia também: Plano de Intervenção Pedagógica para alunos com dificuldade de aprendizagem: o que não pode faltar!
Espero ter ajudado! Até breve!