Estratégias para intervenção pedagógica de matemática

Confira 13 estratégias para uma intervenção pedagógica de matemática que tenha resultados.

Olá! Que bom ter você aqui!

A intervenção pedagógica pressupõe a busca de novas estratégias, pois geralmente, o aluno já teve contato com o objeto de conhecimento, mas por algum motivo, não consolidou as habilidades previstas.

Assim, a professora ou professor buscará novas maneiras de ajudar o estudante a aprender.

Quando estamos planejando a intervenção pedagógica de matemática, ficamos um pouco inseguras (os), pois a matemática que aprendemos não foi muito aberta e criativa.

Entretanto, se você parar para refletir, há muitas possibilidades diferentes de ensinar um mesmo conteúdo matemático. Partindo dessa premissa, a intervenção pedagógica de matemática pode ser uma experiência rica e divertida para os alunos.

Você gostaria de sugestões de estratégias eficazes para impulsionar a aprendizagem de matemática?

Neste post, você pode conferir 13 estratégias que ajudam no planejamento e implementação de intervenções assertivas. Boa leitura!

Estratégia 1: Oportunizar a aprendizagem entre pares na intervenção pedagógica de matemática

O ditado popular “quem ensina aprende duas vezes” é muito certeiro. Dividir os alunos em duplas e pedir que ensinem um conceito um ao outro, é uma estratégia poderosa para a intervenção pedagógica.

Ambos os alunos podem se beneficiar, pois o aluno que está ensinando aprende mais e o aluno que está sendo ensinado tem a oportunidade de aprender por meio de uma linguagem mais simples, que facilita a compreensão.

Além disso, a troca e cooperação entre colegas são muito importantes no desenvolvimento de habilidades socioemocionais.

Estratégia 2: Dedicar um tempo na rotina para a prática dos fatos matemáticos básicos

Reserve pelo menos 10 minutos da aula para trabalhar fatos matemáticos básicos. Por exemplo, as combinações de números cuja soma resulte em 10, 20 ou 100, bem como multiplicações simples.

Essa automatização de cálculos básicos é essencial para o desenvolvimento da fluência no cálculo mental, permitindo que os alunos resolvam operações com mais agilidade e confiança. 

Uma vez que libera a atenção do estudante para focar em estratégias mais complexas de resolução de problemas.

Uma sugestão é usar flashcards (cartões) com operações simples. Você levanta o cartão e os alunos devem dar a resposta. Por exemplo:

  • 6 + 4 =
  • 10 – 2 =
  • 50 + 50 =
  • 100 – 90 =
  • 2 x 3 =
  • 4 x 3 =
Professora segurando um flashcard com uma operação matemática básica (4+3) para ilustrar uma estratégia para intervenção pedagógica de matemática.

Estratégia 3: Utilizar materiais concretos

Principalmente para alunos dos anos iniciais, quando estão começando a aprender um conteúdo novo, a utilização de materiais concretos é muito necessária.

Alguns exemplos de recursos:

Mas, não são somente recursos industrializados que facilitam a compreensão.

Materiais simples que temos em casa também são ótimos, tais como:

  • Cartela de papelão para ovos 
  • Copinhos descartáveis
  • Tampinhas de refrigerante 
  • Miçangas
  • Grãos de milho 

Enfim, tudo pode ser transformado em recurso pedagógico pela criatividade dos professores!

Uma sequência eficiente de se fazer é:

  1. Começar com materiais concretos 
  2. Depois partir para a representação visual
  3. Finalmente, para os conceitos abstratos.

Os materiais manipuláveis podem ser usados para obter uma melhor compreensão de um conceito. Por meio da verbalização dos alunos, enquanto utilizam os materiais concretos, podemos avaliar se realmente compreenderam.

Posteriormente, podemos oferecer ou propor que os estudantes produzam diagramas, imagens ou desenhos para resolver determinada atividade. 

Essas representações são interessantes para sistematizar os mesmos conceitos ensinados anteriormente usando materiais concretos.  

Por fim, os alunos estarão preparados para utilizar números e símbolos.

Estratégia 4: Disponibilizar organizadores gráficos

Os organizadores gráficos podem ajudar os estudantes a compreender uma grande quantidade de informações de uma maneira mais fácil, pois elas são organizadas em um só lugar.

  • Mapas conceituais: para que os alunos organizem os principais conceitos de um tema mostrando como eles se conectam.
  • Fluxogramas: ideal para passo a passo de um procedimento matemático, como a resolução de equações.
  • Quadros comparativos: pode ser utilizado para comparação entre figuras geométricas, propriedades ou métodos de cálculo.
  • Linhas numéricas ou sequenciais: utilize para explorar progressões, intervalos ou evolução de conceitos.

Estratégia 5: Priorizar habilidades essenciais para construir uma base sólida

Tenha em mente as habilidades prioritárias que os alunos precisam consolidar para desenvolver as expectativas de aprendizagem previstas para o ano escolar atual.

Por exemplo, os alunos que apresentam dificuldade no reagrupamento em operações básicas, provavelmente não desenvolveram a compreensão das características do sistema de numeração decimal.

A priorização curricular é importante, pois a partir da seleção de habilidades essenciais, podemos focar no que é fundamental para a continuidade dos estudos.

Estratégia 6: Ensinar estratégias metacognitivas

Você já reparou que os alunos estão cada vez mais sem autonomia? Eles esperam respostas prontas e isso é preocupante!

Diante disso, empregar estratégias metacognitivas na intervenção pedagógica de matemática pode trazer bons resultados. Significa oferecer oportunidades para o aluno aprender a aprender.

  • Faça perguntas ou atividades desafiadoras, com intencionalidade, para levar os estudantes a pensar criticamente sobre o próprio raciocínio matemático.
  • Estimule os alunos a verbalizarem o que pensam sobre a matemática.

Muitas vezes, é difícil para nós entendermos onde, exatamente, o aluno está tendo dificuldades.

Uma sugestão é pedir para o estudante dizer em voz alta o que ele está pensando durante a resolução de um problema matemático. Assim, você consegue intervir rapidamente.

Da mesma maneira, é importante que os professores verbalizem o passo a passo durante a explicação de um problema. Agir como se estivesse pensando alto, é uma maneira de ensinar habilidades metacognitivas.

Criança escrevendo fatos básicos em um caderno, com autonomia. Para ilustrar a importância de desenvolver habilidades metacognitivas na intervenção pedagógica de matemática.

Exemplo de estratégias para promover a autonomia na aprendizagem matemática

  • Automonitoramento da aprendizagem

Ajude os alunos a desenvolver o hábito de refletir sobre o que estão fazendo durante a resolução de um problema matemático. Você pode propor perguntas que eles podem pensar ou dizer para si mesmos, como:

Eu entendi o que o problema está pedindo?

Já resolvi um problema parecido antes?

Qual estratégia posso tentar agora?

Se não funcionar, o que mais posso fazer?

  • Autoverificação do raciocínio e dos cálculos

Ensine os alunos a verificar o próprio raciocínio e os cálculos ao longo do processo, e não apenas no final. Você pode criar um checklist para que possam ter em mãos durante as atividades.

Isso ajuda a identificar e corrigir erros antes que eles se acumulem. Trabalhe perguntas simples que podem guiá-los:

Minha resposta faz sentido?

Se eu colocar essa resposta de volta no problema, ela funciona?

Tem algo estranho ou errado que eu possa revisar?

  • Resolução de problemas em etapas

Oriente os alunos a seguirem uma sequência estruturada que os ajude a organizar o pensamento e resolver problemas com mais clareza:

  1. Leia o problema com atenção. Parafraseie ou explique com suas próprias palavras.
  2. O que é conhecido? O que está sendo pedido? Que estratégias posso usar?
  3. Faça um desenho ou esquema do problema.
  4. Monte um plano para resolvê-lo.
  5. Estime um resultado possível.
  6. Realize os cálculos.
  7. Reveja a resposta final e confira se ela faz sentido.

Estratégia 7: Planejar atividades para diferentes estilos de aprendizagem

É fundamental considerar que os alunos aprendem de maneiras distintas. Adaptar o ensino a diferentes estilos de aprendizagem – visual, auditivo, cinestésico, entre outros – é necessário porque:

  • favorece a inclusão,
  • promove maior engajamento dos alunos
  • amplia as possibilidades de compreensão dos conteúdos matemáticos, especialmente para aqueles que enfrentam dificuldades persistentes.
Materiais concretos e números móveis para ilustrar a importância de adaptar as atividades para diferentes estilos de aprendizagem como uma estratégia para intervenção pedagógica de matemática.

Estratégia 8: Agrupar os alunos com necessidades de aprendizagem próximas

Prestar uma ajuda direcionada ao que cada aluno precisa para avançar não é fácil, já que salas homogêneas não existem e muitas vezes, são turmas com uma grande quantidade de alunos.

Nesse sentido, os agrupamentos produtivos parecem ser a maneira mais eficaz de atender a todos. Podemos planejar uma mesma atividade com grau de complexidade diferente para intervir na necessidade específica de determinado grupo.

Estratégia 9: Usar múltiplas representações na intervenção pedagógica de matemática

A matemática ensinada somente de forma abstrata torna-se difícil. Por meio de diferentes representações visuais, podemos ajudar os alunos a “ver” a matemática.

“Ao utilizarmos diferentes analogias e múltiplas representações, não só mostramos para os estudantes como a matemática é visual, criativa e bonita, como também contribuímos para o aprendizado da disciplina, já que fortalecemos os caminhos neurais” (Silva, Porto, 2021, p. 13).

Desse modo, na intervenção pedagógica de matemática uma boa prática é utilizar recursos visuais para simplificar os conceitos.

Estratégia 10: Utilizar situações reais

Sabe aquela sensação de estar aprendendo um conteúdo somente para acertar questões de exercícios e provas? Não é nada animadora.

Utilize exemplos e situações do mundo real para convencer o aluno de que aquele conhecimento será útil na vida.

Estratégia 11: Trabalhar com o vocabulário matemático

Você já parou para pensar que a dificuldade de um aluno pode estar relacionada a não compreensão do vocabulário matemático?

Por exemplo, utilizamos com frequência, termos como “dividir igualmente”, “encontre a diferença”, entre outros. Muitas vezes, os estudantes não entendem o que o enunciado está dizendo e ficam com vergonha de perguntar.

Sendo assim, não é somente na Língua Portuguesa que é importante trabalhar com o vocabulário. A Matemática tem termos bem diferentes.

Poderíamos elaborar problemas mais simples, fáceis de compreender? Sim. Porém, quando os alunos estão avançando nos estudos, eles precisam ampliar o vocabulário. Mesmo porque em várias avaliações externas e na vida cotidiana, eles se vão se deparar com termos complexos.

Estratégia 12: Incluir autoavaliação para os alunos

A autoavaliação permite que os estudantes tenham consciência de seu avanço ou em que precisam melhorar.

Ela pode ser feita por meio de:

  • Checklist de aprendizagem: lista de objetivos da aula ou da atividade para que os alunos marquem o que já sabem, o que aprenderam e o que ainda precisam melhorar.
  • Escala de autoavaliação (tipo semáforo ou emojis): os alunos escolhem cores para indicar seu nível de compreensão.
  • Diário de bordo: o aluno realiza anotações rápidas após a aula ou atividade, sobre o que aprendeu, seus sentimentos.
  • Metas pessoais: os alunos definem objetivos individuais e depois avaliam seu progresso.
  • Rubrica: uma tabela com critérios como “Entendi o conteúdo”, “participei das atividades”, “me esforcei”, com níveis de desempenho (por exemplo: sempre/às vezes/ainda não).

Estratégia 13: Promover conversas numéricas

A estratégia “conversas numéricas” foi desenvolvida por Ruth Parker e Kathy Richardson. Ela é ótima para desenvolver o senso numérico e você pode incluir na intervenção pedagógica de matemática no nível coletivo ou de grupos.

Funciona assim: você apresenta um problema abstrato de matemática, por exemplo, 13×5, e pede para os alunos resolverem mentalmente. Mas, também podem registrar a resolução em uma folha, pois o cálculo mental também pode ser escrito!

Depois, você pede para os alunos explicarem no quadro/lousa quais estratégias utilizaram para resolver a operação. Considerando que alguns alunos podem utilizar estratégias iguais, você pode analisá-las anteriormente, para evitar repetições no quadro.

O legal é que todos os alunos podem participar e desenvolver o senso numérico. Mas, principalmente, aqueles estudantes que apresentam dificuldades em matemática, podem ter acesso a muitas possibilidades de resolver um mesmo problema matemático.

Uma vez que o que se espera é que surjam diferentes maneiras de resolver 13×5, por exemplo. E essa é a riqueza da matemática: podemos utilizar estratégias diferentes de acordo com o nosso estilo de aprendizagem e obter o mesmo resultado!

Contribuir para que os alunos pensem dessa maneira pode favorecer uma relação bem mais positiva com a matemática.

Conclusão

As estratégias para intervenção pedagógica de matemática aqui apresentadas servem para transformar esse processo em uma oportunidade de enxergar a matemática de uma outra maneira. Para motivar e ajudar os alunos a superarem suas dificuldades.

Contudo, essas sugestões não se limitam ao trabalho com os alunos com defasagem ou dificuldades de aprendizagem. Pois são possibilidades de realizar um ensino significativo de matemática.

Leia também:

Plano de Ação para alunos com dificuldade em Matemática

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Referências

BOALER, J. Fluência sem medo. YouCubed, 2018. Disponível em: https://www.youcubed.org/wpcontent/uploads/2018/05/COD5_Fluence_Without_Fear_PORTUGUESE_Wordv3GAYJ.pdf. Acesso em: 02 jul. 2025.

SILVA, Elisa Fonseca Sena; PORTO, José Fábio Boia. As cinco práticas de mentalidades matemáticas. Associação Nacional dos Professores de Matemática na Educação Básica, 2021. Ebook. Disponível em: https://anpmat.org.br/wp-content/uploads/2022/05/Ebook_ElisaFabio_28-04-2022.pdf. Acesso em 28 jun. 2025.

Crédito das Imagens: Canva

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